Europa através dos meus olhos! – Varenna, Bellagio & Como

Um dia de viagem e 3 cidades! Essa foi uma day trip que nós fizemos ao redor do Lago Como. Saímos de Milão bem cedo e pegamos um trem para Varenna. Esse foi sem dúvida o dia mais confuso e enrolado de todas as viagens que eu fiz! Já começou dando errado quando nós não conseguimos abrir as portas do trem na estação em Varenna. O trem era muito antigo e a gente tinha que puxar a porta com muita força pra que ela abrisse. Mas isso a gente só descobriu depois haha Acabamos tendo que parar na estação seguinte e voltando em outro trem! Não sei bem se Varenna pode ser considerada uma cidade, pois de acordo com a Wikipédia ela só tem 11.2 km². As casas são construídas no pé do morro e beirando o Lago Como. São casinhas coloridas e ruas de paralelepípedo. Me lembrou algumas cidades do interior de Minas. Não vimos muita coisa na cidade pois o tempo estava muito ruim, muita neve e vento e também porque o plano era pegar uma balsa para Bellagio, atravessando o Lago Como. Pelas fotos que vejo na internet Varenna é uma linda cidade durante a primavera!

Varenna vista da balsa
Varenna vista da balsa

Dentro do trem nós conhecemos uma moça de Taiwan que também precisava pegar uma balsa e como ela já conhecia o caminho ela nos ajudou a chegar ao porto. Tomamos um chocolate quente enquanto esperávamos pela balsa e posso garantir que foi o melhor chocolate quente da minha vida! haha Os italianos tem uma maneira completamente diferente de fazer o chocolate quente: ele fica muito cremoso! É comum encontrar o chocolate quente sendo misturado numa daquelas máquinas onde o pessoal coloca sucos aqui no Brasil. Além do gelato, o chocolate quente é uma das especialidades italianas!

Bellagio parecia uma cidade fantasma. Tudo estava fechado, não havia ninguém na rua. O único lugar aberto na cidade era uma lojinha de conveniência, onde conseguimos comprar o ticket do ônibus para Como. Enquanto esperávamos pelo ônibus aproveitamos para dar uma volta e conhecer cidade, que novamente não era nada muito grande! Apesar do frio e da chuva fina que acompanhou a gente durante todo o dia as paisagens ainda eram bonitas!

Calçada de frente para o Lago Como
Calçada de frente para o Lago Como
Cartão postal de Bellagio, faltou só as flores e o sol!
Cartão postal de Bellagio, faltou só as flores e o sol!

A primeira coisa que fizemos em Como foi almoçar. Entramos num restaurante muito bem decorado e a minha escolha foi um spaghetti à carbonara. Dentre todas as massas que eu comi na Itália, essa foi a melhor. Talvez fosse pela boa qualidade do restaurante ou só porque eu estava com muita fome mesmo haha Mas valeu muito a pena! Próximo ao restaurante estavam a Catedral Duomo e o Teatro Sociale. A catedral data do século 16 e tem um estilo meio gótico com cúpulas verdes destoando do todo cinza da construção.

Arte próxima a estação de trem - Como
Arte próxima a estação de trem – Como
Teatro Sociale - Como
Teatro Sociale – Como
Detalhe da Catedral Duomo - Como
Detalhe da Catedral Duomo – Como
Catedral Duomo - Como
Catedral Duomo – Como

Descobrimos que Como tem um funicular que leva até um lugarzinho chamado Brunate. O funicular é composto de dois “carrinhos” conectados e controlados por um motor, enquanto um desce o outro sobe. O engraçado é que você só vê um trilho e no meio do caminho onde os carrinhos se cruzam esse trilho se divide em dois e volta novamente a ser um só. Além disso o morro é bem inclinado. Dá um certo medinho haha. O dia estava com muita névoa e por isso não dava pra ver nada de dentro do funicular, mas no verão a vista do Lago Como deve ser bem bonita! Confesso que a época da viagem não foi das melhores: o frio, o vento e a chuva atrapalharam um pouco nos primeiros dias.

Funicular e a névoa que impedia a vista do Lago Como!
Funicular e a névoa que impedia a vista do Lago Como!

Em Brunate eu me deparei com a maior quantidade de neve que eu já tinha visto na vida! Não estava nevando na hora, mas a quantidade de neve no chão era bem grande. Pra quem já pegou neve de verdade, ou quem já passou uns dias no inverno dos Estados Unidos ou Canadá vai achar que eu estou exagerando muito, mas levem em conta que eu estava morando em Londres: a cidade que nunca neva! Até aquele dia o máximo que eu já tinha visto de neve era uma “chuvinha” em Londres e alguns montinhos de neve em Berlim. Eu sabia que não veria neve tão cedo então resolvi aproveitar haha

Brunate
Brunate

Fiz um bonequinho de neve, muito do mal feito devido a minha falta de habilidade artística com a neve! Levei uma bola de neve nas costas, tentei revidar e não deu muito certo! haha Então o jeito foi ficar brincando de desenhar na neve e ficar jogando ela pra lá e pra cá. Pode parecer muito bobo, mas pode ter certeza que eu me diverti muito! haha 🙂

Tentativa de boneco de neve!
Tentativa de boneco de neve!

Bom, eu disse que o dia tinha sido enrolado né? Então agora vem a explicação! Tínhamos uma passagem de trem para Veneza, saindo de Como e fazendo escala em Milão. Acontece que o trem Como – Milão atrasou mais de uma hora!! Com isso perdemos o trem Milão – Veneza, que era o último do dia. Foi muita confusão mas conseguimos um trem que iria pra Veneza. O problema era que Veneza tem duas estações de trem. Nossa passagem inicial iria para a estação dentro da ilha, e a passagem que arrumaram pra gente só ia até a estação ainda no continente. Com mais um pouco de conversa conseguimos que a empresa pagasse um táxi pra gente até a estação onde realmente deveríamos chegar. Inicialmente o trecho todo levaria umas duas horas e com isso chegaríamos em Veneza às 10 da noite, mas com todo o rolo que enfrentamos só conseguimos chegar na cidade às 2 da madrugada! Depois disso ainda tivemos que andar por uma meia hora até chegar ao hotel, seguindo um GPS que não funcionava muito bem, numa cidade cheia de vielas e muito mal iluminada, onde você não fazia ideia do que te espera na próxima esquina! Não estava sozinha, mas confesso que nunca senti tanto medo na minha vida. Acho que eu só consegui respirar e parar de andar rápido/correr quando chegamos ao hotel. Foi uma experiência bem chata, mas deu tudo certo! Então uma dica: se programe contando com bastante atrasos nos trens, porque lá todos eles atrasam! E nunca deixe pra pegar o último trem! hehe

Ainda estou escrevendo os posts sobre as próximas cidades, mas queria saber se tem algum outro tópico que vocês gostariam de ver aqui no blog. Comentem! 🙂

Europa através dos meus olhos! – Milão

Minha última grande viagem pela Europa foi para a Itália. Minha descendência é italiana, tanto por parte de mãe quanto por parte de pai, então essa era uma viagem muito especial pra mim. Deixei essa visita para o final para poder viajar sem preocupações com faculdade, tempo e dinheiro. Acho que essa foi a viagem mais longa que fiz, foram 14 dias. Deu pra conhecer bastante coisa. O Gabriel foi a minha companhia durante a viagem e apesar do frio e da chuva que pegamos nos primeiros dias conseguimos aproveitar bastante! Conhecemos ao todo 6 cidades: Milão, Como (e adjacências), Veneza, Florença, Parque Nacional Cinque Terre e Roma. Seguindo a ordem da viagem a primeira parada foi Milão. Muitos amigos disseram que um dia era o bastante para visitar os principais pontos de Milão. Optamos por passar um único dia por lá e por isso ele foi bem preenchido, mas acredito que tenha realmente sido suficiente.

Milão é conhecida como a capital mundial da Moda e do Design, pra onde quer que você olhe tem uma loja famosa. Apesar dessa fama toda, as pessoas que você vê andando na rua vestem roupas comuns, nada cheio de glamour como a gente imagina! A Galleria Vittorio Emanuele II é um dos “shoppings” mais antigos do mundo e onde estão presentes muitas lojas de grifes e jóias. São dois corredores que se cruzam formando mais ou menos uma cruz e sobre esse cruzamento existe uma imensa doma de vidro. O interior é todo decorado em tons dourados nas paredes e muitos mosaicos no chão. A entrada principal da galeria é um imenso arco e fica na Praça Duomo.

Detalhe da arquitetura - Galleria Vittorio Emanuele II
Detalhe da arquitetura – Galleria Vittorio Emanuele II
Doma de Vidro - Galleria Vittorio Emanuele II
Doma de Vidro – Galleria Vittorio Emanuele II
Detalhe do piso - Galleria Vittorio Emanuele II
Detalhe do piso – Galleria Vittorio Emanuele II

Também na Praça Duomo fica a Catedral de Milão. Ela é uma construção com estilo gótico e foi finalizada em 1965. A primeira lembrança que eu tive quando vi a Catedral foi dos castelinhos de areia que a gente fazia quando criança, quando deixávamos aquela mistura de água e areia formar torres por todas as partes. De um outro ângulo ela me lembrou um pouco a Sagrada Família, em Barcelona. A Praça Duomo é cheia de vendedores ambulantes e fotógrafos que ganham dinheiro tirando fotos dos turistas alimentando os pombos em frente a Catedral. Por conta disso é impossível, pelo menos pra mim que tenho pavor de pombo, ficar muito tempo por ali.

Catedral de Milão
Catedral de Milão

Próximo à galeria fica um pequeno restaurante/lanchonete chamada Luini. A especialidade da casa são os Panzerottis, que parecem um pastel assado e são muito gostosos! Os sabores são típicos da culinária italiana: mozzarela, tomate, rúcula, ricota e outros mais. O lugar é pequeno e não tem muito espaço pra se sentar, o jeito e ficar em pé do lado de fora ou levar pra comer em casa. O preço é bem barato em relação a outros restaurante e por isso tá sempre lotado! Fica bem de frente para um Mc Donald’s, mas parece que os panzerottis não perdem clientela pro ele não!

Visitamos o Museu de Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci. As maiores atrações do museu são as réplicas das invenções de da Vinci e uma parte muito bacana sobre tecnologia e transportes. Tem um submarino enorme que foi usado na Segunda Guerra Mundial em exposição. O museu é bem grande e ficamos por um tempo lá dentro, nos escondendo da chuva!

Invenção de Leonardo da Vinci
Invenção de Leonardo da Vinci
Submarino Erico Toti
Submarino Erico Toti

A ultima parada foi o Castello Sforzesco. Uma antiga fortaleza que foi transformada em castelo e hoje abriga alguns museus e galerias de arte. Infelizmente chegamos lá a noite e a maioria das galerias já estava fechando. Mas a própria arquitetura do castelo já era uma obra de arte. Uma construção toda de tijolinhos, com aquela cor avermelhada, muito iluminado. Um pátio enorme, todo gramado, com alguma estátuas e fontes. Tava caindo uma chuva fininha, e as gotinhas de água acabaram virando pontinhos luminosos em algumas fotos!

Torre do Castello Sforzesco
Torre – Castello Sforzesco
Pátio do Castello Sforzesco
Pátio – Castello Sforzesco
Fonte em frente a entrada do Castello Sforzesco
Fonte em frente a entrada – Castello Sforzesco

E aí, gostaram? Cometem! Próxima parada: Como e muita, muita neve!